sexta-feira, 6 de março de 2009

Promiscuidades

É por entre esta nuvem de fumo que invade este quarto de hotel que me lembro o quanto me sinto só, aqui sem ti. Ainda ontem partilhávamos a mesma cama e, hoje, durmo deitada com uma mulher que não és tu. Beijo-a intensamente. Apodero-me do seu corpo, linear e perfeito. Inspiro o seu perfume adocicado. E não sinto nada. Possuo e sou possuída por um sentimento carnal voraz. E...nada. Só penso em ti meu anjo. Substituir-te é impossível. Tens um toque delicado e suave. Levas-me ao paraíso, quando as tuas mãos brincam no meu corpo, no meu sexo. Extasias-me com beijos longos e profundos. Delicias-me com as tuas palavas de conforto e carinho, com o teu olhar meigo e misterioso, com esse teu jeito tímido e querido. Sinto-me a sete palmos acima da terra.
Olho, de novo, para a cama. Não, não és tu. É uma mulher mas não és tu.

1 comentário:

Anónimo disse...

Por vezes a vertente carnal nos dá o que queremos mas não o que precisamos! A bela flor que ao ser tocada murcha, dela nada aproveitamos a não ser a lembrança de como ela era antes do acto... sentimentos rodam mas nenhum em torno da flor, essa depois de murcha morre na nossa vida... e a única duvida que fica é... haverá alguma flor que viva intensamente nas minhas mãos e que deseje o meu olhar para alem do simples toque? será possível eu algum dia amar uma flor?

O amor acaba em nós como nós acabamos com o sexo... é tudo uma questão de sentidos...

Segue o caminho do sentimento sentido.